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Anos 80, os cultuados anos 80.

Ainda hoje arrematam uma infinidade de seguidores em uma série, sem fim, de eventos focados para este período criativo, importante e por vezes bem humorado do nosso cenário rock nacional.

Algumas bandas seguem na ativa, mudaram o estilo, flertaram com as tendências que o mercado veio a impor no decorrer dos anos, para que pudessem assim se manter dentro do mercado fonográfico. Algumas outras ficaram eternizadas por um, no máximo, dois hits e que em sua maioria das vezes quem ouve desconhece o nome do artista ou banda, mas curtem o som e ainda hoje são sucesso garantidos nas pistas de dança.

Há uma banda em especial que na minha opinião teve início, sucesso estrondoso, uma série de hits e que acabou em meio ao período em que o rock oitentista seguia gerando frutos bons e ganhando mais e mais adeptos. Tudo que pude ler até hoje, não me levou a uma ideia de um final feliz e previamente combinado, mas talvez tenha sido bom, de alguma maneira, pois hoje eu vejo a banda “Metrô” como a grande ícone, fiel, a esse período de ouro.

Conforme já dito, muitos seguiram, alcançando, ou não, sucesso por meio de variações da fórmula simples e eficaz que tornou o gênero único. Com a “Metrô” foi diferente, ficou aquele gosto de “o que poderia ter vindo pela frente”, ao mesmo tempo que todo fã que se preza, não deixa de ouvir esse álbum que citarei nessa postagem e podem dizer sem medo:

– Isso é o puro rock oitentista.

Nem sempre a banda atendeu por “Metrô”. O nome inicial era “A Gota Suspensa”, formada por amigos do colégio franco-brasileiro “Lycée Pasteur”, localizado no estado de São Paulo. Lançaram um álbum, bem visto pela crítica, mas não ainda aclamado. A sonoridade antes muito progressiva foi ganhando outras formas, até chegar ao som que ganhou o público e ao nome que conhecemos, “Metrô”.

Logo de cara, “Metrô” emplacou a inesquecível “Beat acelerado”, mesmo que seja apenas o refrão, acho que todos um dia já ouviram na vida. Grandioso sucesso, isso por conta da competência de seus instrumentistas, uma boa produção, mas a “cereja do bolo” era sem duvidas a belíssima vocalista, que atende por Virginie e arrabatou corações, sendo vista como a mulher mais bela daquele período, uma musa.

Virginie está para a “Metrô”, assim como Rita Lee esteve para “Os Mutantes”, simples assim! Charme, carisma, beleza, talento; fórmulas que tornaram, sem dúvidas, a banda diferenciada e tão autêntica.

O som da banda, ao meu ver, tem um pouco de tudo que era bacana lá fora, em especial naquele período. The B-52s, Blondie, Human League, The Mo, Duran Duran; mas sem esse papo de plágio, já que por meio de tantas influências, conseguiram criar um estilo próprio e esse é o grande barato.

Tudo que se fazia, tinha um pé, ou talvez os dois, na New Wave ou New Romantic, que era a maior tendência e marca registrada de grandes bandas, em especial as internacionais, que fizeram sucesso na década de 80.

Em mais um momento, comparo Virginie à Rita Lee. Uma infinidade de histórias giram em torno do fim da icônica banda dos irmãos Baptista (Arnaldo e Sérgio) e de Rita, pois o que se sabe, de fato, é que os irmãos optaram por enveredar por outros caminhos, encantados com o som de bandas como Yes, Genesis e outras que faziam um rock extremamente progressivo, onde assim Rita perdeu espaço e até dizem que foi literalmente “convidada” a se retirar por não se encaixar no perfil de som idealizado naquele momento pelos instrumentistas. Ao que parece, com Virginie não foi muito diferente, e mesmo após o sucesso do álbum “Olhar” que emplacou vários hits, inclusive “Ti ti ti”, composição de Rita Lee e Roberto de Carvalho, que serviu como tema de abertura para a novela global de mesmo nome da canção.

Há quem use a velha frase “em time que está ganhando não se mexe”, mas a rapaziada da “Metrô” resolveu mexer e isso implicou na saída da bela moça de voz doce. Era o fim da era Virginie.

A banda tentou seguir adiante, com um vocalista, mas sem o sucesso esperado, enquanto Virginie seguiu com outro projeto, batizado de “Virginie & Fruto Proibido”, que teve a canção “Más Companhias” na trilha de outra novela global, “Fera Ferida”.

Texto retirado do blog | Vire o Vinil

1985 | OLHAR

01. Olhar
02. Cenas Obscenas
03. Johnny Love
04. Sândalo de Dândi
05. Melodix
06. Beat Acelerado (Versão II)
07. Tudo Pode Mudar
08. Hawaii-Bombay
09. Solução
10. Stabilo
11. Que Loucura!
12. Ti Ti Ti

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