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 Uma das minhas muitas paixões literárias além da Teologia, da Filosofia e do Direito, uma delas é a ciência política. Confesso que quando li esse livro no meu primeiro semestre do curso e hoje, já concluindo e lendo-o pela segunda vez, tenho uma compreensão muito melhor da leitura. E com certeza, esse livro que indico organizado pelo Francisco C. Weffort com seus autores internos, você terá uma compreensão melhor do pensamento político filosófico. 
O autor em seu prefácio já nos brinda que “a desgraça dos que não se interessam por política é serem governados pelos que se interessam”(pág.8) e fato real e verdadeiro até os dias de hoje. Basta o candidato ao cargo governante utilizar bem do populismo. Um pensador é um clássico porque suas ideias permanecem até hoje por conta da construção do seu pensamento ser atual até os dias de hoje. 
Somos brindados com:
Nicolau Maquiavel – amado por uns, odiado por outros, sempre lembrado no termo vulgar como maquiavelismo, alguém dos fins que justificam os meios. O livro nos brinda com sua rápida biografia e a base do seu pensamento como: 
  • A Verdade Efetiva da Coisas – Esqueça o pensamento do “dever ser”. Maquiavel se atenta no que é de fato e verdade, ou seja, ver e examinar a realidade como ela é e não como se gostaria que ela fosse. Ele tira a ideia do Estado romantizado por uns e se foca na estabilidade do Estado. O príncipe tem que ser meio homem, meio animal, como o centauro – ora fazer valer a lei, ora coagir pela força. O Estado deve ser construído por homens que desejam evitar a barbárie. Entende que o mundo da política não leva ninguém ao céu, mas sua ausência pode causar o pior dos infernos.
  •  Anarquia x Principado e República – Ele apresenta a briga dos que querem dominar e dos que não querem ser dominados. O que me chamou a atenção nesse tópico é que se ambas as forças opostas quisessem o domínio, a mais forte prevaleceria. 
  • Virtú x Fortuna – Ele apresenta a ideia de que a Fortuna é uma deusa que quer ser seduzida por homens fortes e esforçados, logo, os que a seduzem, ela dá a virtude de adquirir riquezas (virtú).

Maquiável, dentro da minha cosmovisão cristã, criticou tanto o controle de Deus sobre as coisas que ele tentou diversas vezes entrar na área política e toda vez que estava perto de alcançar algo, ele acaba perdendo. Isso é para afirmar que “Se o Senhor não guardar a cidade, a sentinela não é protetora”. Todavia, ele escreveu essa grande obra que nos ensina a governar de maneira equitativa, ou seja, punir quem deve ser punido e agraciar quem deve ser agraciado. O príncipe não pode ser bonzinho demais ou tirano de mais.


Thomas Hobbes – Hobbes, como Maquiavel e até Rousseau em certa medida, eram considerados pensadores malditos por suas ideias políticas e da sujeição da religião ao Estado. Ele escreveu o Leviatã num período que passou por uma terrível guerra civil e ele mostra o Estado como monstruoso e o homem belicoso (homem lobo do homem), diferente das ideias aristotélicas sobre o Estado paternalista e homens bons. Era um contratualista e como um, entendia que os homens viviam num Estado de Natureza (Jus Naturalis) sem governo ou regras e firmaram um pacto entre si. Alguns podem pensar que como selvagens poderiam firmar um pacto? Para os contratualistas, o homem sempre foi o mesmo que é hoje. Hobbes pontua:

  • Generalização da Guerra  – Para Hobbes, os homens não são iguais, eles são tão iguais que se matam por qualquer coisa, seja para tomar a propriedade do outro, a mulher do outro ou apenas por mero capricho que é a glória pessoal. O homem hobbesiano mata por mero capricho e ninharia. Um homem encontra o outro, eles se matam seja por medo ou defesa pessoal. É o “homem lobo do homem” dentro do seu Estado de Natureza, em que ele pode fazer o que quiser e o que bem entender.
  • Como por Fim a esse Conflito – O individualismo hobbesiano não é o burgues, pois esse não almeja bens, mas honra – por isso mata por ninharias. Mata em nome da honra. O Estado de Natureza para ele é uma guerra constante de todos contra todos. Logo, os homens firmam o pacto, o contrato e transferem todo o poder a pessoa do soberano que representa o Estado, logo esse que não pode ser julgado pelos seus súditos. É o Estado dotado de espada, armado, para forçar os homens ao respeito. É o “abrir mão da liberdade para que se tenha segurança”.
  • Igualdade e Liberdade – Hobbes entende que a palavra liberdade insurja paixões, logo, repito que ele abre mão da liberdade para ter segurança. O homem renunciou seu direito de natureza ao firmar o pacto. O soberano não perde a soberania se não atingir os desejos de cada súdito. Ele nem sequer é julgado por seus súditos. 
  • O Estado, O Medo e a Propriedade –  O Estado Hobbesiano é marcado pelo medo. A propriedade pertence ao soberano. 

John Locke – Conhecido como pai do liberalismo clássico, entendia também do Estado de Natureza, Locke conclui, por influência liberal, que Deus tinha dado ao homem vida, liberdade e PROPRIEDADE. Sim, o assunto é a propriedade privada. Diferente de Hobbes que apoiava a invasão do Estado em tudo para dar segurança, Locke apresentava a ideia de que o Estado deveria ser limitado e combatido no caso de ele interferir na Propriedade Privada do indivíduo. Esse é o direito de resistência, ou seja, se o Estado interferir na propriedade, ele deve ser combatido.

Montesquieu – Esse pensador trouxe a ideia da tripartição dos governos e dos poderes. Ele definiu a lei como “relações necessárias que derivam da natureza das coisas”(pág.115) e por isso, carregam empirismo, todavia, o foco de Montesquieu não era as relações dos homens entre si, mas o que já foi positivado.

  • Os três Governos – Ele conceitua em “monarquia, um só governa através de leis fixas e instituições; na república, governa o povo todo ou em parte (república aristocráticas); no despotismo, governa a vontade de um só”(pág 116). O modelo proposto pelo pensador é o da república, pois o povo governa na figura de um representante, pois o próprio não sabe se governar. 
  • Os três Poderes – Ele apresenta o conceito dos poderes Executivo – faz, Legislativo – cria e Judiciário -julga, que são aplicados até hoje. 
Rousseau – Cria que o homem nascia bom, mas a sociedade o tornava mal. As artes eram a distração desse homem mau, pois não teria tempo de maquinar a maldade na mente. Era uma pessoa avessa a salões e cortes.

  • O Pacto Social – Rousseau vai bater nessa ideia do contrato social proposto pelos contratualistas, o surgimento da propriedade privada, os homens se sujeitarem as leis… Para o autor, a sujeição a lei só é boa se for de maneira deliberada e não imposta e que tudo deveria ser governado pelo povo. Foi considerado o pai da revolução. “O homem nasce livre e encontra-se aprisionado”… (pág. 194).
  • A Vontade e a Representação – Para o autor, o pacto social é a alienação, típica de discursos esquerdistas de quem não “se aliena as ideias deles”, o monarca é um funcionário do povo e ele já carrega um pessimismo de que uma sociedade já corrompida não pode mais voltar ao Estado de Natureza anterior, ou seja, sua liberdade é irrecuperável. 

O Federalista – Série de artigos publicados por Hamilton, Madson e Jay, eles definiram a Constituição dos E.U.A. Foi focado numa teoria política moderna e não usou exemplos da Antiguidade.
 Propunha uma nova forma de governo focado nos indivíduos. Madson chegou a falar da maldade humana e da força das leis, pois se fossem anjos, não precisariam de governo. Adotou-se a separação dos poderes para evitar tirania e institui o Senado e a paralisação dos governos populares.

Essa é a minha pequena resenha. 


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